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Novembro Negro

Publicado: Quinta, 07 de Dezembro de 2017, 17h34 | Última atualização em Quarta, 20 de Junho de 2018, 15h42

Campus Avançado Carmo de Minas promove Novembro Negro e III Fórum Temático em Inclusão e Diversidade

foto novembro negroO Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) do Campus Avançado Carmo de Minas, em parceria com a Coordenação de Ações Inclusivas da Pró-Reitoria de Ensino do IFSULDEMINAS, promoveu o Novembro Negro e III Fórum Temático em Inclusão e Diversidade entre os dias 21 e 30 de novembro. O objetivo do evento foi refletir sobre a inserção do negro na sociedade brasileira em comemoração ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

A programação contou com atividades diversificadas: contação de histórias, oficinas de bonecas artesanais, cartazes, ritmos africanos, teatro, fotografia e rima, minicursos sobre identidade negra e construção de materiais didáticos para o ensino da cultura afro-brasileira, fórum temático sobre ciência e tecnologias africanas, palestra sobre musicalidade e religiosidade negra, apresentação de performances e roda de samba.

Lucas Barbosa Pelissari, professor de Matemática e Física do campus, enfatizou a importância de refletir sobre a questão racial numa escola, sobretudo em nosso país e em nossa região, tão marcada pelo sofrimento do povo negro, no passado e no presente. "Fazer esse debate deve ser tarefa diária, não localizada em uma semana ou um mês do ano. Mas podemos sentir a vida dessas discussões durante esses dias, em especial no dia 27 de novembro, terminando com uma linda confraternização. Saí do campus muito feliz, com a certeza de que é possível construir uma educação pautada em valores verdadeiramente transformadores. Que possamos repetir momentos como esse em várias outras oportunidades!”

Já para José Carlos Silvério dos Santos, professor de Ciências Humanas e membro do NEABI do campus afirmou que, “os eventos são importantes pelo potencial de evidenciar as forças e contradições que o cotidiano oculta e soterra. A minha curta experiência nos Institutos tem me feito perceber como ainda estamos comprometidos com as práticas e concepções de um modelo educacional conservador. Mas, ao mesmo tempo, é possível notar em alguns colegas uma angústia e aflição que anuncia um processo educativo inovador e que tem tudo para se constituir como um vetor de mudança da cidade e região e que traduz um projeto de nação, cujo centro é a luta contra o racismo, o patriarcalismo, a desigualdade social e em prol da democratização da ciência e tecnologia. Esse modelo em gestação se distancia da lógica quantitativa, monetária, mercantil de educação.”

O evento atraiu muitos estudantes dos cursos técnicos, professores e comunidade externa. O número de participantes superou as expectativas dos organizadores. “Avalio que a atração que o Novembro Negro despertou está associada à tortuosa e perversa história de formação do nosso país e o legado, sempre atualizado, da escravidão entre nós. Mas não só isso. Penso que o entusiasmo reflete uma demanda crescente por legados civilizatórios, experiências históricas e repertórios culturais que possam atualizar nossas esperanças de superar os dilemas existenciais que tem nos constrangido”, disse o professor José Carlos Silvério dos Santos . O diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão do campus, Luiz Gustavo de Mello, afirmou que o evento foi um marco e que a instituição irá se organizar para continuar realizando-o nos próximos anos.

Texto: Sueli do Carmo Oliveira
Revisão: Ascom/Reitoria IFSULDEMINAS
Fotos: Marcelo Tholedo
07/12/2017

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